sábado, 30 de outubro de 2010

"Só vim dizer que não venho", ou "uma tirinha atiradinha."

"se você quer agradar a gregos e troianos, em geral o problema não está nos gregos. nem nos troianos. está em você."


olá, pessoas,

ausentei-me do blog nos últimos dias por estar em sampa pro lançamento do longa Gol a Gol na Mostra Internacional de Cinema. Aproveitei e engatei numa overdose básica de filmes e otras cositas más, que devem gerar alguns testículos multiprocessianos em breve. Isso é uma intenção, não uma promessa (é bom deixar claro... vai que um dia me candidato a alguma coisa e daí algum assessor da oposição vem atrás desse post, caso algum tema como o aborto ja não esteja mais fazendo sucesso.)

Como esse escrevinhador exausto ainda não botou pra fora tais letrinhas embaralhadas, pra que o universo não esqueça de mim (até parece que "o universo"  entra regularmente aqui pra ver as bobagens que publico) deixo abaixo uma tirinha da mafalda e um pensamento em homenagem ao lançamento desse nosso semi-musical-meio-futureba-pseudo-futebolístico-pós-moderno-over-metaforento. Calma, não se assutem. É melhor vcs verem o site, assitirem ao filme e tirarem suas próprias conclusões.

Por sinal, que ninguém ouça, como eu imaginava, o filme já começou a ser xingado e chingado (tem pra todos os gostos e gramáticas). Também já rolaram elogios (e neles não estão inclusos os da minha mãe, que achou o filme muito doido, ponto.) Mais pra frente vamos publicar por aqui opiniões e críticas, sejam elogios ou meteções de pau.  Mas isso é mais pra frente.

No filme, dentre outro trilhão de coisas, o personagem Pedro - vivido pelo Tiago Luz - revê os caminhos que deu para a própria vida pessoal e profissional. Isso tem como catapulta conflitual (meu deus, que diabo é isso?) o reencontro com um amor de infância e seu peso na consiência por ter largado seu desejo de ser desenhista em prol de uma confortável vida de executivo bem sucedido.

Mais informações em http://www.golagolfilme.com/

Boa tirinha e boa noite.





ps - "chupei" a palavra " catapulta" de uma fala do meu amigo e pareiro-ninja Andrew Knoll, dita durante comentários sobre outro filme que estamos editando. Ele usou em outro contexto, mas gostei tanto da sua fala que tinha que enfiá-la em algum lugar antes de dormir. Mais pra frente saí uma nova canção ins-pirada na fala do guri Knoll.

bj
esturilho

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

dúvida cruel!

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se  "a arte é a mentira que permite-nos conhecer a verdade", qual é a verdade que permite-nos conhecer a mentira?
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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Receita de bolo de fubá.



  • • 3 ovos


  • • 1 colher (sobremesa) de sementes de erva-doce


  • • 1 xícara (chá) de óleo


  • • 1 xícara (chá) de leite


  • • 1 xícara (chá) de farinha de trigo


  • • 1colheres (sopa) de fermento em pó


  • • 2 xícaras (chá) de fubá


  • • 2 xícaras (chá) de açúcar


  • Coloque no liquidificador os ovos, o açucar, o fubá, a farinha de trigo, o leite e o óleo. Bata com insistência até obter uma mistura homogênea. Junte o fermento e deixe de lado as sementes de erva-doce. Misture com movimentos circulares. Enfarinhe uma fôrma com furo no meio e despeje a massa. Leve ao forno preaquecido em temperatura média (200ºC) até dourar, ou até que enfiando um palito no bolo ele saia seco. Desenforme o bolo ainda quente e, se preferir, salpique açucar e canela antes comer.

    abs
    esturilho

    para ouvir com o texto: Os anjos

    segunda-feira, 11 de outubro de 2010

    Bolívia - Goiânia - Paris - Floripa - Sampa - Processo a solta pelo mundo...

    Como estar em mais de um lugar ao mesmo tempo?


    Nesse feriado a Processo Multiartes toca conexões mundo a fora:


    - Na Bolívia, o longa-metragem Cinematoso (Dir. Bruno de Oliveira) é um dos representantes brasileiros no Festival Cine Digital FENAVID. Depois de visitar a fronteira amazônica no Festival Cinema na Floresta, esse é o segundo festival de nosso documentário, que leva a história de paixão do cineasta Cyro Matoso de Paranaguá pelo mundo a fora.


    Diretor Bruno de Oliveira em entrevista para o documentário Cinematoso
    - Em Goías, o diretor Fábio Allon é nosso representante na 10ª Goiânia Mostra Curtas, com o curta-metragem Cru, com Pablito Kucarz e Camila Hubner no elenco.


    - Em Florianópolis, no próximo dia 12, (Andrew Knoll, Camila Hubner, André Daniel, Esturilho e Meire Abe desembarcam pra mais uma apresentação da peça Procura-se uma Estrela.


    André Daniel. Camila Ubner e Elieze Vanderbrok. Procura-se um Estrela, em Jacarezinho
    - Encerrando nossas conexões mundiais de feriado, aguardamos pelo retorno nesse dia 12 da nossa atriz-produtora Carolina Maia, depois de 2 meses circulando e estudando pela Europa. Nessa onda, em conexão via skipe com Paris, acabamos de realizar mais uma reunião do projeto Belle Canto - nossa opereta que será realizada em 2011, com dir. cênica do Esturilho. Na conversa com o cantor José Renato Cordeiro (que está por lá realizando seu mestrado), começamos a trocar ideias de encenação e acertamos detalhes para a captação de recursos desse projeto aprovado pela Lei Municipal de incentivo à Cultura de Curitiba.


    - E em breve estaremos na Mostra Internacional de São Paulo para o lançamento de longa-metragem Gol a Gol (Evolução Filmes/ProcessoM. - dir. Esturillho e Allon), nesse que é um dos mais importantes e concorridos festivais do país. Nesse ano, a Mostra Novos Diretores conta com poucos representantes brasileiros, o que aumenta a responsabilidade do Gol a Gol. É no próximo mês. Estamos no aquecimento.


    Diego Florentino, Esturilho, Xanxe, Bruno de Oliveira, Eugenia Castello e Allon
    Filmagem do longa-metragem Gol a Gol


    - Por fim, escrevo esse breve apanhamento geográfico no intervalo da edição do longa-metragem Circular. Ao assistir as cenas do ônibus, com os atores uruguaios César Troncoso e Roberto Soares, me bate uma saudade desses moços e da querida Mariana Gomez - nossa processiana uruguaia. Esse trio ainda vai nos render peripécias teatrais. Nessa vida de conexões, isso ainda vai dar samba. (samba uruguaio...) por aqui e por lá. Assim esperamos.


    César Troncoso e Roberto Soares em cena no longa-metragem Circular
    em fase de edição


    bj
    esturilho

    sexta-feira, 8 de outubro de 2010

    Sujando a roupa limpa





    "O mal do artista começa quando ele não ousa mais desagradar o público.


    Motivado por esta frase que li no twitter do Alexandre Nero, por ideias que me passam pela mente em decorrência do 2o. Movimento de Teatro de Grupo de Curitiba e por cabos-de-guerra e dilemas inevitáveis no dia-a-dia de alguém que pense com eu e que trabalhe numa empresa que mexe com arte (a velha dicussão entre arte e mercado) e que assolam meus neurônios e me deixam por vezes bicudo, deixo aqui registrado um pouco do que jorra dos meus poros em meio a pressões de produção e incompreensões estéticas que não enfrentava tanto desde quando trabalhava para as estruturas feudalistas da Universidade Federal do Paraná. Pelo contrário, aliás, justiça seja feita. Por lá, mesmo quando havia críticas ou polêmicas, sempre tive o apoio de quem tinha a palavra final artisticamente falando e tive muita liberdade de ação e pensamento enquanto diretor; e no dia em que um burocrata qualquer resolveu interferir de verdade nisso cada um tomou seu rumo e todos foram felizes para sempre. Mas são casos diferentes. Lá, o feudalismo; hoje, o bom e velho capitalismo-nosso-de-cada-dia. 


    Enfim, deixo aqui minha breve canção-da-madrugada (com reflexões sobre nosso encontro com a recepção, plateia, audiencia) e com seus quase-versos e des-acordes contrários à arte colocada a serviço da funcionalidade-eficiência-de-mercado - pensamento com o qual tenho que cruzar de vez em sempre (quem mandou viver nesse planeta... e ainda mais abrir uma produtora!). Não, não acho que as essas coisas não podem conviver com a arte. Sim, pra mim a arte deve estar na frente e a eficiência, o mercado e blablablá etc é que deve estar a serviço dela. Por isso, no refrão da minha canção, repetirei a palavra arte quantas vezes forem necessárias para que ela vire um mantra e para fincar o seu lugar onde me proponho a estar, ao som de cada batida no surdo ou de cada mesa que precise ser virada. Caso contrário, não mais ali estarei. Meu surdo não pode ficar mudo. Por isso, repitam comigo... três, dois, um... Arte, arte, aumhhmmm, aumhhhhhhhhhhmmm, arte, arte.

    Quem quiser musicar o texto, ou parte dele, divirta-se:

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    Declaro para devidos fins que sou artista sim. Artista sem aspas. Pago o preço com muito orgulho e trabalho. 
    Pago à vista, pago a prazo.
    Sem perjúrio, com ou sem juros, não ignoro o público... só não o menosprezo.
    Não atendo a sua demanda, provoco o seu desejo... de preferência pelo que ainda nem existe.
    O entretenimento não como fim, mas como ferramenta, como meio.

    Não sou animador de festas (nada contra eles, mas temos funções sociais diferentes). 
    Não recebo recurso público pra isso. A Globo já cumpre essa função muito melhor que eu. Ao artista cabe outra. 
    Ao artista cabe o incabível. Por vezes cabe lavar a roupa suja e sujar a roupa limpa.
    Desacentúo o consenso. Desobedeço o acento.
    Faço aviãozinho com manual de bom-mocismo-formal feito prá agradar ao público, seja grego ou troiano.
    Não sou 0900. Não dou meu cú pra entrar no big brother (quem quiser que dê o seu, só não meta o meu no meio).

    Não sei bem oq quero, mas sei muito bem oq não quero.

    (Refrão: Arte, arte, aumhhmmm, aumhhhhhhhhhhmmm, arte, arte.)

    Entre a humanidade e o risco, foda-se a humanidade. (aliás, taí é uma boa forma de uma artista demonstrar sua paixão pelo mundo.)
    A questão não é desagradar, mas sim desafiar o público. 
    Às vezes pra nadar a favor de quem está no barco é preciso remar contra a maré.

    Nada contra, mas meu compromisso é com o História, e não com a pipoca. 


    Bj
    esturilho








    Para ouvir com o texto:  Hino dos Malucos - Rita Lee