No banco do passageiro, um pudim de
leite e um frangão assado, escalado para o papel de peru na ceia.
Eis que se aproxima do carro um Papai Noel
magrelão, com a arma em punho:
- Desculpaí, parceiro, mas tenho que garantir o feliz
natal das crianças. Papai Noel também tem coração... e estômago...
(tradicional “ho ho ho” natalino)
- Tô
sem grana aqui, só no cartão...
(motorista em desdém ao bebum de barba de algodão,
que, indignado, deixa o espírito natalino pro carnaval e enfia seu cano janela
adentro. O motorista já pensa em Jesus):
- Calma, moço, o senhor não quer… não quer levar um
pedaço do frangão? Sei lá... vamos
partilhar a ceia...
(Noel suspreso.
Observa. Cheira. Coça a barba com o 38 e torce o nariz):
- Muito calórica essa tua ceia. Vamos
deixar pra próxima. A gente se vê na Páscoa.
#estu
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