quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

2010: ano do Tigre? Não, não: ANO DO MORANGO!!!

Conhecida por muitos e desconhecida por tantos outros por minha fascinação por morangos, mas (sem querer defraudar aos meus fãs) nesta época de verão onde a cereja invade insanamente a cidade aí eu me encontro em um grande problema... cerejas ou morangos?


*por Eugenia Castello

É que os dois são deliciosamente vermelhos! (morangos 1 x cerejas 1). Mas qual? Os morangos estiveram ao longo de meu ano em todas as formas, naturais, em tortas e até encarnados numa pessoa! (morangos 2 x cerejas 1). E as cerejas somente se lembraram de mim neste finalzinho do ano.


O final de ano chegou igual à chuva (que somente agora parece querer dar trégua ou não, quem sabe...). Embora eu já tenha passado por 21 primaveras (e logo vai vir a 22a.) ou, melhor, 21 verões, sempre quando chega esta data consigo me surpreender  tentando me lembrar o que foi desses 365 dias (ou das 8.760 horas, para os neuróticos).
Depois de inumeráveis gripes, uma longa e penosa tendinite, uma recente seborréia diagnosticada (não! não façam essa cara! é somente um pouquinho nojento e até já passou e ninguém percebeu), uma cruel vacina contra a gripe que deixou meu braço esquerdo tão fraquinho e débil (e sim, João, ainda dói nos dias úmidos), tantos outros infortúnios e muitos, mas muitos morangos (morangos 3 x cerejas 1), eis que meu 2010 termina.
Foram muitos filmes - um deles rico em proteínas de morango (morangos 4 x cerejas 1) - muitas estreias, muitos novos amigos e até uma nova experiência... psicóloga!
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E falando de novas experiências... ainda posso afirmar, confirmar e anunciar que no 2010 pela primeira vez comi manga, escrevi num blog, fui num show de Roberto Carlos e ganhei um prêmio! (eu?!? sim, sim!!). Sou conhecida por mim mesma por ser um tanto pessimista. Acho tão difícil perceber as coisas boas que acontecem comigo... mas deixando de lado isso, acho que posso ver que talvez em algum certo ponto foi um bom ano o que passou (mas SHH! não me contem!). Começo a desconfiar que vai ser difícil para em 2011 superar tudo isso.




Mas CHEGA de esperar o ano em cima da cadeira para começar com o pé direito, CHEGA de cumprimentar primeiro um homem achando que esse sim vai ser o ano onde eu vou achar meu James Stewart, CHEGA de comer 12 uvas nos doze sinais da campana, CHEGA(!) de rituais desesperançadores que se alimentam de falsas esperanças ano a ano.
Já me decidi: este ano não vou fazer nenhuma dessas merdas e mesmo assim tenho a suspeita de que nada vai mudar...




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Contra minha saúde mental, vou começar este 2011 longe das minhas amigas. Não é novidade passar o ano longe delas, mas o verão também!? Meus últimos seis verões passei junto a elas, viajando. Não é por ir a certo lugar, mas por que é especialmente importante para mim, pois é quase a única oportunidade de vê-las. Que ingênua de mim que não tinha percebido que a vida é assim.

Sem nem a piscina da casa da minha avó vou ter que ser engenhosamente criativa para não me fritar na cidade. Será que é a oportunidade de me associar ao clube que ainda não fui mas já tenho vergonha de ir? De fazer aquele curso de pastelaria que ainda não achei ou o curso mega rápido de francês? De aprender a dirigir? De fazer um novo corte de cabelo ou talvez ser mais radical ainda e pintar meu cabelo pela primeira vez!? (Se conseguir fazer pelo menos uma dessas coisas anteriormente mencionadas minha psicóloga pode chegar a ter uma parada cardiorrespiratória!).
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Tinha minhas dúvidas sobre postar este texto inútil e irritantemente cheio de [parênteses], mas ontem na Praça do Gaúcho entre amigos processianos e novos versos musicais exóticos ("cachorro quente com cebola frita fica ruim aiai") foi que então me rendi.

E se ainda tinha alguma dúvida sobre cerejas ou morangos a resposta apareceu como por arte de magia. Fui comprar um sorvete e adivinhem de que foi? Sim, morango! (morangos 1.000.000 x cerejas 1). Foi morango e mais uma outra coisa não muito boa. Mas é isso mesmo! Eu nem pensei, sabia que ia pedir de morango. Tinha cereja? Sim, mas nem ponderei a idéia de pedi-lo! (Pra falar a verdade não tenho certeza de que tinha cereja, mas é tão mais legal assim a história!, não é?).

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E finalmente é por este e outros meios que eu, María e Santa Eugenia (um homo sapiens com quase todos os órgãos necessários e desnecessários do seu corpo, com 10 dedos nas duas mãos, com cabelo e ainda cinco sentidos) decreto os morangos como os vencedores do ano! (eu sei, eu sei... na verdade não fui a fundo no debate iniciado no começo, mas os Beatles tem razão... Strawberry fields forever!).




PS: Será que é esta minha oportunidade de me converter em uma hippie sem preocupações nem obrigações como sempre tanto anele? Talvez, vou pensar...


[ADVERTENCIA: O texto acima não tem nenhum fim produtivo, é simplesmente uma mera apropriação de pequenos e vagos acontecimentos, os quais os perverto de maneira inescrupulosa para que talvez, algum dia, alguém me ache dentro de um roteiro.]










Eugenia Castello  

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Não espere a virada! Vire a mesa agora!


Pois muito bem, senhores: pros incrédulos que achavam que era conversa mole da minha parte, FINALMENTE COMPREI UMA BICICLETA! E até andei com ela! E mesmo assim, agora estou cá estou, vivo e postando/twitando (pelo menos por enquanto...)

*por Esturilho

O ritmo de semi-férias na Processo nesse final do ano está nos comprovando que às vezes pra gente ser mais empresário a melhor estratégia empresarial é às vezes ser menos empresário.


Às vezes pedalar pode trazer mais benefícios à sua empresa do que montar mais uma planilha. Tá bom, confesso, eu li isso num livro de auto-ajuda empresarial, não é novidade, mas quando você testa na prática dá vontade de contar pros outros (prontofalei eheh).


O fato é que deixar de fazer exercício tem feito mal não só ao meu corpo mas também aos meus neurônios, à criatividade e à alma. Por isso resolvi botar em prática essa típica promessa ciclística de ano novo antes mesmo da virada e botei a mão massa, ou melhor, o pé no pedal.

Não espere a virada do ano pra fazer promessas que só vão ficar na promessa. Vire a mesa agora mesmo e pedale, ande mais, caminhe mais, trepe mais (nem que seja na árvore), tome menos refri e mais suco de couve-com-limão (eu juro que é bom)  e seja um ser humano mais gente boa.

Recomendo a todos. É energeticamente, criativamente, pulmonarmente, muscularmente, sexualmente e etcmente muito bom.

O universo agredece.

bjs de ano novo
esturilho

sábado, 25 de dezembro de 2010

Papai noel.. vê se vc vem... se ñ vem tudo bem... eu fico sem!


É isso aí, pessoas! Quase atrasado, mas deixamos registrado nosso Feliz Natal!

*por Esturilho


Antes, soltamos algumas mensagens pelo facebook mesmo, que é mais prático. Mas meu contrato de 20 mil reais por mês me obriga a escrever nesse blog vez em quando. (bom se fosse...)


Tá certo, o blog anda meio parado por aqui... acabamos não escrevendo sobre o lançamento do Gol a Gol, sobre a mostra da AVEC e da CINETV. Também não falamos sobre o ministério da Dilma (era pra escrever sobre isso?) ou sobre a unificação dos títulos do campeonato brasileiro (isso sim!).

O que me deixou mais triste é que tinha composto uma canção pra soltar no natal (pra fazer uma vinhetinha processiana). A gente até já sondou a Camila Hubner pra cantar a musiquinha. O problema é ter tempo pra fazer tudo nessa vida, né?  São Dionísio ajude que role em janeiro.

É por essas e outras que pedimos pro Papai Noel clones e 2 novos produtores (um de teatro e um de cinema). Já são quase 5 da tarde do dia 25 e esse velho safado não apareceu por aqui com nenhuma das encomendas. E o pior é que o Procon tá de recesso natalino.                                              



Depois reclamam que a gente prefere o Coelhinho da páscoa...

De todo modo continuaremos nossa labuta-arteira-de-cada-dia,  com ou sem clones, com ou sem novos produtores.

Fica aqui nosso Feliz Natal atrasado (ou feliz ressaca de natal, que a essas alturas deve encaixar melhor) e o desejo de um natal com mais abraços e menos consumo.

A vida e a arte agradecem.


bjs natalinos
esturilho


sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O Escafandro e a Borboleta - de Julian Schnabel

Arrisco-me a dizer que ”O Escafandro e a Borboleta” (título original, Le scaphandre et le papillon, 2007) é o melhor filme que vi nos últimos quatro anos.

*por Bruno de Oliveira


Lembro-me bem daquele dia, era uma quinta-feira, sessão das 19h30 no cinema Unibanco Arteplex, um dos poucos cinemas que traz filmes dessa qualidade ao circuito Curitibano. Os créditos finais subiam na tela e eu não conseguia me mexer na cadeira, com lágrimas nos olhos, estava paralisado, assim como a personagem Jean-Dominique Bauby, protagonista do filme. Mas ao contrário dele eu não havia sofrido nenhum mal súbito, eu estava paralisado por ter acabado de vivenciar uma experiência cinematográfica que há muito tempo não vivenciara, emocionado com a bela história narrada no filme e ao mesmo tempo feliz e esperançoso pelo futuro do cinema.


O Escafandro e a Borboleta é baseado no livro homônimo escrito por Jean-Dominique Bauby, interpretado pelo ator Mathieu Amalric (Munique, 2005 e 007, Quantum of solace, 2008),  um bem sucedido editor da revista Elle, que sofre um acidente vascular cerebral e passa a viver com uma doença rara chamada de síndrome locked-in, deixando seu corpo completamente paralisado, com exceção de sua pálpebra esquerda. É através de seu olho esquerdo e de sua mente completamente lúcida que acompanharemos grande parte da história.

Investindo numa maneira perigosa de conduzir o filme, o diretor Julian Schnabel, nos conta grande parte da história utilizando câmeras subjetivas e a narração off, dois elementos historicamente não bem aplicados nos filmes. A subjetiva, nesse caso usada com maestria, nos coloca no lugar do protagonista, que estando completamente paralisado, e a quem só resta o olhar. Efeitos das pálpebras abrindo e fechando e correções de iris, transformam a luz em um personagem do filme. Em umas das cenas um médico costura a pálpebra do olho direito de Jean-Dominique que já não funciona mais. Vemos essa ação por dentro, a agulha perfurando a pele, a pálpebra sendo fechada aos poucos, e então a escuridão. Nessa mesma cena, ouvimos a voz interior da personagem esbravejando em vão com o médico, pedindo para que não realize o procedimento, num de seus momentos de maior desespero.

Contudo, apesar de sua situação, Jean-Dominique Bauby passa a encarar a realidade de maneira mais otimista. A narração em off em alguns momentos do filme é irônica, rendendo risadas aos de senso de humor mais ácido.

                          
O diretor, Julian Schnabel, conseguiu realizar um filme equilibrado. É um filme de arte, mesmo utilizando diversos artifícios do cinema dito “mais comercial”. A trilha Sonora, a narração em off e os flash backs que aparecem em abundância ao longo do filme, soam de maneira natural, quase imperceptível. Schnabel, além de gostar de contar histórias, tem um interesse particular pelas cinebiografias. Antes de O Escafandro e a Borboleta, que lhe rendeu o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes de 2007, ele já havia dirigido Basquiat, traços de uma vida, de 2006 e Antes do anoitecer, de 2000. E, além de diretor, também é pintor. A influência das artes plásticas é muito clara no visual de seus filmes. Ele brinca com cores e texturas com a mesma liberdade com que pinta seus quadros.

Em "O Escafandro e a Borboleta", Schnabel intercala sequências narrativas com momentos mais poéticos, como a imagem de um escafandrista em águas obscuras ou uma borboleta que percorre diversos cenários: metáforas da situação de Jean-Dominique. Sua doença é o escafandro onde está aprisionado, em seu corpo imóvel, sua dicção impossibilitada. E a borboleta, sua memória e imaginação, por onde viajamos junto com ele, e de onde somos trazidos de volta através de cortes secos na trilha sonora. Uma das belas sequêcias mais poéticas do filme é a cena em que Jean-Dominique em off fala de suas frustrações, enquanto vemos imagens de geleiras desmoronando.

Com um elenco bem inspirado, escolhas estéticas arriscadas mas 100% acertadas e muita sensibilidade, o pintor e cineasta Julian Schnabel consegue realizar mais que um filme, uma legítima obra de arte. “O Escafandro e a Borboleta” é programa obrigatório para quem gosta e estuda cinema.

Bruno de Oliveira